Search
Close this search box.
LogoLPPrincipal Colorido

A república não chegou para todos

Imagem criada com IA

Violência Contra Mulheres: Enquanto estivermos nas estatísticas, Haverá Luta!

 

Até quando vamos precisar gritar “Nos salvem!”? Discutir incessantemente pela nossa segurança ou liberdade me lembra o quanto a sociedade falta avançar e sinceramente me pergunto se um dia vai, já que a violência contra mulheres, sobretudo negras, continua fazendo parte da realidade entre muitas de nós. 

 

Em 2017 assisti a uma apresentação de slam da Tawane Theodoro em que a poeta recitava: “Em pleno século 21, feminismo não deveria nem existir… É que mulheres não deveriam resistir tanto assim… Você acha que feminismo é exagero? Feminismo é desespero…”.

 

Cinco anos se passaram, mas esse texto é tão atual quanto os dados dos últimos 12 meses, que mostram que 3,7 milhões de mulheres sofreram violência doméstica e que os casos de feminicídio aumentaram 176%, sendo que, só em 2024, 63,6% eram mulheres negras. Como se esses números não fossem alarmantes o suficiente, mulheres negras correm um risco 1,7 maior de serem assassinadas, pelo simples fato de serem quem são. 

 

A última terça-feira (25) foi marcada pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, da Organização das Nações Unidas (ONU), e Brasília foi tomada pela Marcha das Mulheres Negras, que reuniu mais de 300 mil pessoas pedindo reparação histórica, o fim da violência e, se eu pudesse resumir, diria: “dignidade e respeito”.

 

Nós, mulheres negras, precisamos ser fortes, por nós mesmas e por aqueles que dependem da gente. Tudo é mais difícil e ainda somos mais vulneráveis em termos de violência. Isso é tão triste, ainda mais porque, mesmo existindo leis que deveriam nos proteger, milhares de homens nos agridem e saem pela porta da frente das delegacias, enquanto o que sobrou de nós fica desamparadas, humilhadas e psicologicamente instável, tentando recomeçar, sem deixar de pensar que eles vão fazer isso com outras…

 

Por isso, saímos e lutamos pela segurança das nossas e, quando ouvimos histórias de mulheres que sofrem ou sofreram qualquer tipo de violência, é nosso dever como movimento ajudar. Mesmo que pareça uma luta em vão, cada mulher, sobretudo negra, que se torna sobrevivente é motivo de comemorar por uma batalha vencida, mesmo que a guerra seja muito maior que nós, e sabemos disso. Por isso que, enquanto formos estatística, haverá luta! 

 

—–

Os dados são do Instituto de Pesquisa DataSenado – Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, Pesquisa “Quem são as mulheres que o Brasil não protege?”, divulgado pela Câmara dos Deputados e Atlas da Violência 2025, divulgada pelo DACOR. 

 

Nathalia Ferreira


Membro e colunista do Instituto

Licença Creative Commons CC BY-NC-ND 4.0: O conteúdo do blog pode ser reproduzido sob as condições estabelecidas pela Licença Creative Commons CC BY-NC-ND 4.0. Esta licença permite que o material seja copiado e redistribuído apenas se for garantida a atribuição aos autores de cada conteúdo reproduzido, bem ao blog do Instituto LetraPreta. A utilização desta licença só é possível para uso não comercial, sem qualquer tipo de modificação. Os termos da licença podem ser consultados em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PESQUISAR NO BLOG
Em destaque
Compartilhe nas redes sociais
Facebook
Pinterest
WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Email
Facebook