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Nessa semana, dia 07 de abril, celebrou-se o dia Mundial da Saúde, criado com o objetivo de mobilizar a sociedade sobre a necessidade de conscientização, ação, e pesquisa sobre as principais questões de saúde da população.
Entretanto a saúde da população negra é um tema importante e complexo que envolve vários fatores, incluindo a violência, a negligência e o racismo institucional. Esses fatores podem levar a problemas de saúde física e mental, como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
A violência policial é um grande problema, pois estudos mostram, e nesse caso nem seria necessário recorrer à literatura, pois a mídia está aí nos mostrando a realidade, que os negros são mais propensos a serem parados, revistados e agredidos pela polícia do que os brancos. Isso pode levar a traumas físicos e emocionais, além de uma falta de confiança nas instituições.
Quem de nós não sente mais medo do que segurança quando vemos um policial passando!? Quem de nós não precisa dizer aos nossos filhos “qualquer coisa chama a polícia”. Mas ao mesmo tempo o pavor nos toma, e o medo de que ao pedir ajuda, ele vire suspeito e seja mais uma vez, alvo da violência que teima em encontrar corpos preto!?
A negligência médica é outro problema, pessoas pretas recebem menos atenção médica do que os brancos, mesmo quando apresentam os mesmos sintomas. O mito de que o preto é mais forte, o preto sente menos dor, ou nem sente! Isso pode levar a diagnósticos tardios e tratamentos inadequados.
A população negra está entre os piores marcadores sociais no que tange à saúde. Bom, entre outros também, mas sobre esses outros conversaremos depois.
É fundamental que sejam feitas mudanças para abordar essas questões, incluindo o treinamento de profissionais de saúde, o desenvolvimento de políticas específicas para as comunidades negras e o aumento do acesso a serviços de saúde culturalmente sensíveis.
A promoção da justiça racial e equidade em todos os níveis da sociedade também é essencial para melhorar a saúde e o bem-estar da população negra.
A saúde mental da população negra merece particular atenção. Ao longo da história, as comunidades negras foram submetidas a processos de opressão, discriminação e violência, que tiveram um impacto profundo em sua saúde mental.
O racismo, em particular, é um fator que afeta significativamente a saúde mental da população negra. O estresse crônico causado pelo racismo pode levar a problemas de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros transtornos mentais.
Além disso, a falta de acesso a serviços de saúde mental adequados e culturalmente sensíveis é um grande desafio para a população negra. Muitas vezes, os serviços de saúde mental não são adaptados às necessidades específicas das comunidades negras, o que pode levar a uma falta de confiança e adesão aos tratamentos.
É importante lembrar que a saúde mental da população negra não é um problema individual, mas sim um problema social e político que requer uma abordagem coletiva e sistemática.
É fundamental que sejam feitas mudanças para abordar a violência e a negligência que afetam a saúde da população negra. Isso inclui:
– Treinar profissionais de saúde para reconhecer e abordar o impacto do racismo na saúde.
– Desenvolver políticas que abordem as necessidades específicas das comunidades negras.
– Aumentar o acesso a serviços de saúde culturalmente sensíveis e adaptados às necessidades das comunidades negras.
– Promover a justiça racial e a equidade em todos os níveis da sociedade.
A saúde da população negra é um direito fundamental que deve ser respeitado e protegido. É necessário trabalhar juntos para criar um sistema de saúde mais justo e equânime, onde todas as pessoas possam ter acesso a cuidados de saúde de qualidade, independentemente da cor da pele.
Refererências
- “Racismo e saúde mental: uma revisão sistemática” (Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 2018)
- “A relação entre racismo e saúde mental em comunidades negras” (Revista Brasileira de Psiquiatria, 2019)
- “Violência policial e saúde mental em comunidades negras” (Revista de Saúde Pública, 2020)
- Racismo e Saúde” de Luiz Augusto Facchini (Editora Fiocruz)
- “Relatório sobre a situação da saúde mental da população negra no Brasil” (Ministério da Saúde, 2019)
Por Rafaele Ribero
Colunista e membro do Instituto
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