O mês de agosto finalizou e com ele diversas datas para que possamos refletir sobre os diversos acontecimentos do passado; E que atualmente refletem em nossa sociedade. Podemos acompanhar pelo calendário Internacional e Nacional da Cultura Negra com uma riqueza de detalhes que vale muito conferir e relembrar os diversos fatos e as datas em que ocorreram algo marcante para nossa história.
Agosto: Um mês com simbologia religiosa em que nos convida a parar um pouco, refletir sobre nossas dores e curas e nesse finalzinho nos convida também a relembrar um fato marcante para o nosso povo o dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos.
O tráfico transatlântico de africanos escravizados foi um dos capítulos mais cruéis da história. Entre os séculos XVI e XIX, cerca de 12,5 milhões de africanos foram forçados a deixar seus lares rumo às Américas em condições desumanas.
Aproximadamente 1,8 milhão não sobreviveu à travessia. O Brasil foi o país que mais recebeu pessoas escravizadas — cerca de 40% — e o último das Américas a abolir formalmente a escravidão, em 1888.
No Brasil, essas desigualdades são resultado direto da forma como o país foi estruturado: sobre bases escravocratas que negaram direitos e oportunidades a amplos segmentos da população. A persistência do trabalho análogo à escravidão é uma consequência contemporânea desse legado. Ela é alimentada por vulnerabilidades que não são inerentes aos indivíduos ou grupos afetados, mas impostas historicamente por fatores como o racismo estrutural, a pobreza e a desigualdade de gênero — sistemas que continuam a limitar o acesso à cidadania plena.
O Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravizados, celebrado em 25 de março, foi instituído pela ONU para lembrar essas vítimas e refletir sobre os impactos ainda presentes desse sistema. É também um chamado à reparação histórica e ao enfrentamento das desigualdades que atravessam nossa sociedade. presentes desse sistema. É também um chamado à reparação histórica e ao enfrentamento das desigualdades que atravessam nossa sociedade.
“Mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos 2022.”
“Sabemos muitas coisas sobre o comércio transatlântico de africanos escravizados e hoje é um dia que lembramos: o crime contra a humanidade; o tráfico humano em massa sem precedentes; as transações económicas degradantes e as indescritíveis violações dos direitos humanos.
Mas também há muitas outras que não sabemos, e hoje é um dia em que aprendemos.
Por detrás dos factos e dos números estão milhões de histórias humanas.
Histórias de sofrimento e de dor incalculáveis. Histórias de famílias e de comunidades dilaceradas.
Mas também histórias de coragem inspiradoras e de desafio contra a crueldade dos opressores.
Nunca conheceremos cada ato de resistência – grande ou pequeno – que lenta, mas firmemente triunfou sobre a injustiça, a repressão e a escravização.
Mas estes relatos são cruciais para a nossa compreensão de um passado cujo legado pernicioso e persistente continua a arruinar o nosso presente: o racismo.
O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos é um momento para conhecer e refletir sobre essas histórias.
Para prestar homenagem aos milhões de africanos que foram retirados à força das suas terras e comunidades.
E para mostrar solidariedade no combate ao racismo em todos os lugares.
Hoje, os afrodescendentes continuam a enfrentar discriminação racial, marginalização e exclusão.
Os desequilíbrios de poder político, económico e estrutural com origem no domínio colonial, a escravização e a exploração ainda negam a igualdade de oportunidades e acesso à justiça.”
Para que não se esqueça e nunca mais aconteça atrocidades como está e as diversas em que nos atravessa diariamente. Seguimos!
Errata: O Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, celebrado a cada 25 de março, foi instituído pela UNESCO em 1998 para honrar as vítimas do comércio transatlântico de escravos. (Porém no site no calendário internacional e nacional da cultura preta consta a data 23 de agosto afim de relembrar o Dia Internacional em Memória do Tráfico de Escravos.)
Dia 22 e 23 de agosto de 1791, foi o ponto de partida da Revolução do Haiti a revolta deu origem à primeira e única revolução de escravos que resultou na criação de uma nação independente, a partir da abolição da escravidão.
Fontes: https://www.gov.br/palmares/pt-br/departamentos/fomento-a-cultura/calendario-internacional-da-cultura-negra
https://brasil.un.org/pt-br/175849-dia-internacional-em-mem%C3%B3ria-das-v%C3%ADtimas-da-escravid%C3%A3o-e-do-com%C3%A9rcio-transatl%C3%A2ntico-de#:~:text=Hist%C3%B3rias%20de%20sofrimento%20e%20de,na%20igualdade%20e%20na%20solidariedade.
Suellen Andrews
Membro e colunista do Instituto

Licença Creative Commons CC BY-NC-ND 4.0: O conteúdo do blog pode ser reproduzido sob as condições estabelecidas pela Licença Creative Commons CC BY-NC-ND 4.0. Esta licença permite que o material seja copiado e redistribuído apenas se for garantida a atribuição aos autores de cada conteúdo reproduzido, bem ao blog do Instituto LetraPreta. A utilização desta licença só é possível para uso não comercial, sem qualquer tipo de modificação. Os termos da licença podem ser consultados em: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt



