O mês de setembro e outubro são ótimos meses para trabalhar a cultura afrobrasileira principalmente na educação infantil trazendo o Itan dos Ibeji incluindo
de forma percussiva um Itan que traz a sagacidade e a esperteza das crianças
além de ensinar fortaleceremos a lei nº 10.639 que tornou obrigatório o estudo da
História e Cultura Afro-Brasileira, tornando eficaz o ensino da história e cultura do
povo africano e afrodescendente nas escolas públicas e privadas. Foi
estabelecido um marco legal, político e pedagógico de reconhecimento e
valorização das influências africanas na formação da sociedade brasileira e do
protagonismo da população afro-brasileira na formação social, política e
econômica do país.
No entanto, apesar da importância de se trabalhar a cultura afro-brasileira na
Educação Infantil, percebe-se que poucas são as formas criadas efetivamente na
prática para o enfrentamento e a eliminação do racismo e da discriminação no
contexto educacional. Em virtude da minha vivência como educadora, senti a
necessidade de investigar como esse trabalho de conscientização tem se
mostrado presente nas salas de educação infantil de escolas públicas.
A proposta de educar para as relações étnicas-raciais no Brasil aconteceu a partir
da resolução da Lei 10.639/03 destinada à educação básica e buscou promover o
reconhecimento e a valorização dos diversos grupos e etnias que fazem parte do
país.
O Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) elaboraram, em 2014,
uma obra voltada exclusivamente para a educação infantil: A História e cultura
africana e afro-brasileira na educação infantil (HACABEI) este livro do professor
além de contar as histórias além de sugerir diversas dinâmicas para fazer com os
alunos e é de extrema importância trabalhar essas diversas formas de ensino
trazendo a diversidade em repassar os conhecimentos.
È fundamental importância à inserção da cultura afro-brasileira no contexto
escolar, desde a Educação Infantil. A educação deve contemplar em seu
currículo, atitudes de valorização e respeito às diferenças. Onde as crianças
aprendam a conviver fazendo da escola uma amostragem do mundo lá fora. A
escola deve proporcionar oportunidades para que as crianças se reconheçam
como sujeito social e que faz parte da história do nosso país, mostrando a
importância de sua atuação nesse contexto histórico brasileiro. Portanto, os
profissionais envolvidos com a educação das crianças poderão construir
atividades que desenvolva práticas pedagógicas que promovam a igualdade
étnico-racial. Desta forma, poderão apontar caminhos sobre como articular o
trabalho com a cultura afro-brasileira na Educação Infantil.
Como citado no início o Itan do Ibejis mostra sagacidade e esperteza além de uma
história divertida envolvendo religiosidade e as crianças
segue abaixo Salve Onibejada
Os Ibejis, orixás gêmeos, viviam para se divertir, eram filhos de Oxum e Xangô.
Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos que ganharam de sua mãe
adotiva, lemanjá.
Nesta época Ikú, a morte, colocou armadilhas em todos os caminhos e começou
a comer todos os humanos que caiam em suas arapucas. Homens, mulheres,
crianças ou velhos, Ikú devorava todos. Ikú pegava os seres humanos entes do seu
tempo aqui no Ayé. O terror se alastrou pelo mundo.
Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros se reuniram, mas foram vencidos
também por Ikú, e os humanos continuavam a morrer antes do tempo.
Os Ibejis, então, armaram um plano para deter Ikú. Pegaram uma trilha mortal
onde Ikú preparara uma armadilha, um ia na frente e o outro seguia atrás
escondido pelo mato a pouca distância.
O que seguia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor e tocava com tal gosto e
maestria que a morte ficou maravilhada, e não quis que ele morresse e o avisou da
armadilha. Ikú se pôs a dançar inebriadamente, enfeitiçada pelo som mágico do
tambor.
Quando um irmão cansou de tocar, sem que a morte percebesse o outro veio
tocar em seu lugar. E assim foram se revezando, sem Ikú perceber e ela não parava
de dançar e a musica jamais cessava. Ikú já estava esgotada e pediu para parar, e
eles continuavam tocando para a dança elétrica. Ikú implorava uma pausa para
descanso. Então os Ibejis propuseram um pacto.
A música cessaria, mas Ikú teria que jurar que tiraria todas as armadilhas. Ikú não
tinha escolha, rendeu- se; os gêmeos venceram.
Foi assim que ibejis salvaram os homens e ganharam fama de muito poderosos,
por que nenhum outro orixá conseguiu ganhar aquela peleja contra a morte. Os
Ibejis são poderosos, mas os que eles gostam mesmo é de brincar.”
Texto autor desconhecido.
https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/10261/4102
http://www.adur-rj.org.br/portal/dia-de-sao-cosme-e-damiao-conheca-o-itandosibejis/#:~:text=At%C3%A9%20que%20dois%20g%C3%AAmeos%2C%20ibejis,Bej
er%C3%B3!
Rafaele Ribeiro
Membro e colunista do Instituto

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